Albino Pessegueiro, jovem pouco dado à inteligência era, de facto, feliz.
Sentia-se bem no seu pequeno mundo.
Tinha amigos. Os poucos a que ele assim chamava ou o queriam gozar ou eram no verdadeiro sentido da palavra, amigos.
Sua mãe, Emília Pessegueiro, nome de árvore por parte do marido após casamento, era uma costureira afamada e uma grande beata religiosa. Tinha a casa sempre cheia de alegres clientes, senhoras que não prescindiam de seus serviços, as quais, muitas delas, recrutadas nas manhãs passadas na igreja.
Antão Pessegueiro, pai de Albino era um homem pouco atraente e de poucas palavras, mas que gostava de “pescar sem linha” entre as clientes de sua mulher! Beatas que não perdiam uma oportunidade de pecar para logo a seguir se confessarem.
Antão nunca soube se sua mulher era assim tão boa costureira ou se as clientes apenas frequentavam o atelier de Emília, pura e simplesmente por causa dos atributos do seu pessegueiro, como ele carinhosamente chamava ao habitante do seu baixo ventre!
Albino tinha problemas com os pais. Ambos exerciam sobre ele um controle exagerado para um jovem adolescente.
Albino era virgem. Nunca o confessara, mas não necessitava de o fazer já que todos sabiam que ele fugia das moças de sua idade como o diabo foge da cruz. Era extremamente envergonhado e quando alguma lhe dirigia a palavra, além de não dizer coisa com coisa, babava-se entre palavras mal balbuciadas, o que originava medo e repulsa por parte do sexo feminino.
Albino Pessegueiro estava na altura de quebrar alguns galhos próprios da sua idade, mas dada a sua total inoperância para entrar em contacto com esses seres tão puros e delicados do sexo feminino, visão deturpada dada pelos pais, tentou aliviar a sua libido sozinho.
Pediu, a modos que envergonhado, umas revistas onde apareciam aquelas criaturas divinais, como vinham ao mundo, a um amigo dos verdadeiros, e resolveu fechar-se no seu quarto já em posse delas.
Desnudou-se, ficando apenas tapado com um lençol na sua cama.
No momento em que se preparava para conhecer o sétimo céu, enquanto olhava para a imponência de um par de seios que davam para alimentar uma família numerosa, sua mãe abriu a porta do quarto com uma brusquidão tal que fez com que Albino se assustasse, desse um salto da cama e ficasse todo nu perante ela! A vontade já ia bastante avançada e o galho “cedeu” dando lugar a um lançamento brutal de seiva, atingindo directamente a senhora sua mãe mesmo no meio do peito!
A senhora, que já estava extremamente chocada com o que via, ao ver-se naquela situação saiu do quarto aos gritos com as mãos nos cabelos!
O pai apercebendo-se de que algo se passava foi em socorro de Emília. Levou a mulher à casa de banho para se limpar e com toda a calma do mundo dirigiu-se para o quarto do filho.
Albino já tapado com o lençol, tremia como varas verdes. Ao ver o pai borrou-se em desculpas, babando tudo o que estava à volta com a saliva que saia de sua boca.
O pai acalmou-o e disse-lhe “Meu filho, tens de ver que ao apelares à “irmã da canhota” para aliviares o sentimento de pecado que tens dentro de ti, apenas fazes com que atraias doenças como a tuberculose. Corres esse risco! Tens de aguentar esse desejo e vais ver, daqui a uns anos vais encontrar o lugar certo para colocar o galho do teu pessegueiro, como aconteceu com o pai e a mãe”
Ao dizer isso lancou ao filho um sorriso beatifico!
“Perdoe pai! Não volta a acontecer” Disse Albino, chorando baba e ranho!
Os anos passaram. A senhora sua mãe ficou marcada com aquela imagem para toda a sua vida! Cada vez que se recordava ficava lívida e cheia de suores frios, desatando a correr para ir vomitar!
Albino cresceu forte e feliz. No seu pequeno mundo.
Arranjou emprego numa fábrica de chaves. Aprendeu a profissão e abriu a sua, colocando-lhe o nome de “Fábrica do Galho do Pessegueiro”.
Experimentava todas as fechaduras com o seu "galho de pessegueiro" antes de as colocar à venda. Nunca soube se era aquele o local que se pai se referiu para colocar o galho, mas também nunca teve coragem de perguntar.
Albino continuou a não dizer coisa com coisa quando falava com senhoras e babava-se frequentemente.
Ao que consta continuou virgem até ao fim dos seus dias. Isto é, se não contarmos com as fechaduras que passaram pelo seu galho.
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42 comentários:
Eca! :) :) :)
Todas, mesmo?! Será que tenho uma delas por aqui?
Mas este pai... Foi cruel... :)
Ohhh Pahhh coitado do Albino Pessegueiro :)))
Suspeito que o sr Padre da freguesia não tinha descanso com o confessionário... um Pai tão sabido e, dá não dá o exemplo ao filho. Não se faz!!! lollll
Giríssimo!!!!
As coisas que tu inventas... lollll
Pegando nas tuas palavras no meu espaço, deixa-me dizer-te que cheguei a aprender piano, tv aos 12 anos ainda tocasse alguma coisa. Depois... o tempo passou e, tal como tu, sei onde estão os sons e os tons mas ler uma pauta, nem pensar!! Vai daí... só de ouvido. Todavia, tenho um piano, bem antigo, que tem uma história fantástica (Um dia hei-de fazer um post sobre com essa história). Encontra-se em casa dos meus pais, no Algarve... daí que só lhe ponha as mãos em cima de ano a ano. Posso dizer-te que tenho paixão por este instrumento que me deixa um saudade imensa!
Mas, tens razão, com o passar do tempo deixamos de saber o que quer que seja de música. Penso um dia ainda poder voltar a aprender, se a vida deixar...
Bjocas
Passei por aqui e não pude deixar de dizer
belo blog
Saudações
Senhora! Cruel? Acho que tinha a sua maneira de ver as coisas! eheheheh
Alexandra. Às vezes basta uma frase ou uma pequena situação e imagino logo uma história. O problema é que às vezes não anoto e depois esqueço.
Como te disse. Adorava saber tocar violino! Acho é que a família não ia gostar muito! Levavam uma seca que só visto. ahahahaha
Artur. Obrigado e volte sempre. Já passo no seu.
Abraço
Ah, coitado do Albino! Uma família assim é dose!!! E o paizinho que "pescava sem linha" a insinuar que ele podia ficar tuberculoso por se masturbar? Raisparta! Que homenzinho tão hipócrita!!!
Mas gostei do teu conto! Isto porque não tenho cá nenhuma fechadura dessa tal "Fábrica Galho do Pessegueiro", está claro! :)))
Beijocas!
Teté - Se ensinasse o filho depois tinha concorrência. eheheheh
Bem, comentei, apaguei, insisti, apaguei de novo e assim..olha só c´á vim e sai..beijinhos.
e hoje fiz um post que depois apaguei porque não soou bem, enfim, até a minha amiga disse que num tava nos conformes e vai dai..post fora...
Laura, linda amiga. Quando é assim não vale a pena escrevermos. Fica para outra vez, né?
Beijocas
Oi Roderick.
Se a moda das fechaduras pega... :-)
Pelo menos Albino era feliz ao seu modo.
E você inventa cada história que é uma maravilha!!!!
***********
"A alegria não está nas coisas, está em nós."
Johann Goethe
QUE VOCÊ TENHA UM MARAVILHOSO FINAL DE SEMANA!
♥.·:*¨¨*:·.♥ Beijos mil! :-) ♥.·:*¨¨*:·.♥
Roderick, tenho um desafio para voce no meu blog - aliás, acho que já vi coisa parecida por aqui, mas enfim... ;)
bjs
Você anda dando asas à imaginação, rsrs... Isto é sempre bom! pobre Pessegueiro (ou seriam pobres fechaduras???)!
Beijo!
Ah, bom diazinho. Pelo menos as energias foram repostas...Sentiste a noite? Beijinhos.
Sorriso. Espero bem que não. Seria uma moda um pouo anedotica! eheheeh
Senhora, mal possa vou lá ver. Ok. já vou!
Claudinha, mais pobres fechaduras por terem de levar com tão pobre pessegueiro. ahahah
Laurinha, e eu digo boa noite. Só agora aqui vim. Energias repostas e... já gastas!
Esse pai foi um belo hipócrita, pois podou pessegueiro do filho enquanto adubava o dele com as clientes de sua esposa....:)
Beijos.
B! Vejo que sabes de jardinagem!
eheheheh
=O
...E passou a vida à abrir buracos... de fechadura, claro!
xD
Naty - Só isso mesmo.
Bonto chapéu! ;-)
Pois é, né...
Eu jurava que tinha comentado aqui. Uma coisa é certa! Eu estive aqui e li, isso é certo!
Sobre o contador de visitas eu uso aquele numérico e um outro do Sitemeter que fica embutido, fora o Hstats que me dá um mapa completo das visitas com todos os dados
Se some o contador é pq o dominio deixou de existir. Por isso uso mais de um.
Um beijo de boa semana pra ti
Menia, Podes dar-me os endereços para ver se vou buscar um?
Um post que nos faz lembrar que na vida somos tomados por crenças, atitudes, que condenam ao proprio crescimento do ser humano, as vezes limitando-o a sentir a vida na plenitude!
Beijo doce
"Eu sei que vou te amar" tens razão. Mas na verdade o conto é... pura gozação!
"Poeira ao vento? Espero que não entre na vista"! Me afino.
E os comentários só aparecem após minha aprovação ;) Como estou sem net em casa nos finais de semana, só na segunda para atualizar ;)
Bom início de semana,
forte abraço.
Se as fechaduras falassemmmmmm....
boa semana
Desgraçado Albino! Ainda a descobrir galhos!
Pois é Juliana, poesia com tanto amor e eu preocupado que a poeira entrasse nos olhos! eheheh
Abraço não, beijinhos
teresa, este Albino dura, e dura, e dura...
Adrianna, se falassem não diziam coisa boa desse tal de Albino. ehehehe
Minha nossa.....ele é cada conto.....coitado do infeliz Albino Pessegueiro.....com um pai assim!!!!!!!!!
Enfim há de tudo, né?????
Beijokitas
Só acertasse a opção 2.
As outras são: 4 e 8.... infelizmente.....
;)
Parisiense, toma atenção porque o próximo ainda é mais parvo!!! ahahahah
Juliana, não se ganha sempre. ;-)
Com certeza, o filho logo providencio, rs.
Quanto a dirigir e Inglês, logo vejo isso. Agora vou me concentrar em melhor meu espanhol que adoro. Inglês tenho o básico, mas... ainda falo fluente.
Dirigir nem ligo muito.
;)
Obrigada pela visita Roderick!
Belíssimo blog! Parabéns.
grande abraço
Cris
Então, Juliana.. é tudo verdade! Ou meias verdades!!!
Tens de fazer o teste novamente!
Obrigado, Cristiane, volta sempre!
...têm 10 mesitos!!Mas já tenho saudades...
;))
beijocas
Gata - A viagem que te referes no teu blog? É natural as saudades! Quando se gosta de um local.
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