sexta-feira, julho 31, 2009

Luz



E para as próximas semanas, deixo-vos com "Luz e Amor".
Este blog vai fechar para férias!
Se bem que continuo a vir cá dar uma espreitadela!

Luz
Óleo em tela de Ana Garrett
1,30 x 1,00
Excerto de conto de Paulo Roderick

(...)
Luz era o amado do Senhor
E o Senhor era Amor
Luz era a alvorada de milhares de mundos
E o Senhor o seu Criador
Luz era a Luz da Vida para milhões de povos
E o Senhor era a Vida
Luz era o preferido do Senhor
E o Senhor o escolhera
Era o Protegido, O Ungido, O Filho dilecto
O Senhor amava-o, como carne de sua carne
Ser do seu ser, espírito do seu espírito
Luz era feliz
Anjo de mil asas
Arcanjo de mil luzes
Bebia da Sabedoria do Universo
Comia do Equilíbrio do Universo
Mas Luz começou a ver pelos seus olhos que algo estava errado
Levantou dúvidas acerca de alguns actos do Senhor
Luz perguntava porque o fazia se não era correcto
Mas o Senhor, como era Amor, não respondia
Porque o Amor é mudo e não fala
Luz queria fazer ver ao Senhor a sua incompreensão
Mas o Senhor Como era Amor, não via
Porque o Amor cega e não deixa ver
Luz gritava o seu assombro
Mas o Senhor, como era Amor, não ouvia
Porque o Amor é surdo e não deixa ouvir
E Luz definhou, entristeceu
Sentiu revolta no seu Coração
Perdeu seu brilho, sua cor, sua alegria
E o Senhor, do alto do seu amor… não gostou
E renegou Luz e sua Sabedoria
Por colocar em causa os seus actos
As suas atitudes, as suas decisões
As asas, Luz perdeu
Arcanjo do Senhor deixou de o ser
Anjo do Reino, deixou de o pertencer
E o Senhor despenhou-o
Para bem longe do olhar e da compreensão
Para bem fundo da alma e do espírito
Para uma terra sem nome e sem esperança
E Luz não compreendeu
Como o Senhor
Como o Amor
Podia ser tão cruel
E Luz tornou-se ódio,
Tudo por causa do Amor
(...)

segunda-feira, julho 27, 2009

A princesa e o sapo encantado


(...)

...desde criança que se sentia uma princesa.
Como todas as meninas sonhava encontrar o seu príncipe encantado.
Naquele dia, vestida de habitante das terras do Minho, encontrou-o.
Um pequeno batráquio que se encontrava no canavial próximo de sua casa.
Sem que ninguém o soubesse, levou-o e cuidou dele.
Os anos passaram.
Ela cresceu e manteve-se uma princesa.
Ele... não passou de sapo encantado...

(...)

A Princesa e o Sapo Encantado
Óleo em tela de Ana Garrett
0,50 x 0,70
Excerto de conto de Paulo Roderick

quinta-feira, julho 23, 2009

Diávolla, Fada do Reino Negro


(...)
No Reino da Luz Negra não havia celebrações profanas. Apenas se ouvia o barulho da neve a cair, pesada, sobre a paisagem. Apenas o som do vento a chorar. Apenas o barulho da morte a rondar.
Fada Mulher.
Sidhe de nascimento.
Ou Xaira! O termo que os humanos daqueles lugares chamavam às fadas que ninguém queria encontrar!
Fosse de dia, fosse de noite!
Filha de Dana, a Deusa Mãe.
Como todas as fadas das montanhas ou dos mundos subterrâneos.
Entre os dela, era conhecida, simplesmente, por Diávolla.
(...)

Diávolla, Fada do Reino Negro
Óleo em tela de Ana Garrett
0,40 x 0,50
Excerto de conto de Paulo Roderick

quarta-feira, julho 22, 2009

AdriAnna - Fada Paixão


(...)
A Raiva, o Desgosto, a Angústia, o Desespero, a Saudade, a Ansiedade, a Desilusão, a Tristeza.
Tudo ficou na forma de uma pequena bola de luz violácea que foi guardada no seu coração!
Raiva por não ter podido fazer nada no momento que lhe arrebataram o amor do coração.
Desgosto por vê-lo partir agarrado a outra, mesmo sabendo que não fora sua culpa. Angústia por saber que o perdera para a eternidade.
Desespero por saber que nada podia fazer no momento.
Saudade porque ele já estava longe há tempo demais.
Ansiedade por o querer tornar a abraçar, beijar, agarrar, arranhar, morder, amar…
Desilusão por saber que não voltaria a amar alguém como o amou a ele.
Tristeza porque seu coração de mil cores se tornou cinzento e vazio.
Por mais que o amor cruzasse a sua vida, nunca mais olharia para ele.
A cor de sua vida partiu agarrada àquele mortal que tanto amara.
(...)

Fada AdriAnna
Óleo em tela de Ana Garrett
0,60 x 0,50
Excerto de Paulo Roderick

segunda-feira, julho 20, 2009

Setecentista ou habitante da Terra do Nunca?




Pois é!
Não é só a Parisiense que anda nestas andanças.
A Ana participou na Feira Setecentista, frente ao palácio de Queluz, este fim de semana, com Jóias de autor.
Entretanto, sábado de manhã, ficou com conjuntivite.
Como não podia abrir os olhos e não podia estar de óculos escuros, porque ficaria fora de época (Sim, Teté, os oculos escuros não existiam na altura, eheheheh), pediu para ir substitui-la.
Arranjaram-me esta vestimenta e lá estive eu.

Esta semana ainda coloco outras fotos.

Fartaram-se de dizer que eu parecia o... Peter Pan!!!!!!!!!

P.S.: O Peter Pan tem 41 anos???? Só se eu for o Peter Pan do filme. Já velho... para esse papel, claro!

sexta-feira, julho 17, 2009

Sebastian song




(...)
Era uma criança como tantas outras. Pelo menos assim o parecia. Mas havia algo que tornava diferente, aquele menino.
Quando cantava, centenas de pássaros e pequenos animais o rodeavam como que hipnotizados ao ouvir a sua voz cristalina.
Foi crescendo e a bondade e alegria sempre o acompanharam.
Seu pai, um dia, lhe ofereceu uma velha gaita de foles que pertencera a seu bisavô.
Sebastian agarrou nela e começou a tocar com se sempre tivesse sabido manejar aquele instrumento de sons antigos.
No meio do ar, como que por magia, volatilizou-se uma bola verde, plena de tons da natureza.
No cimo dela aparecera uma lebre que o observava como que inebriada pela sua destreza!
Sebastian deixava de tocar e como que por um passe de mágica a lebre desaparecia.
Era uma canção mágica.
A canção de Sebastian!
(...)

Sebastian Song
Óleo em tela de Ana Garrett
0,70 x 0,50
Excerto de conto de Paulo Roderick

quarta-feira, julho 15, 2009

O Principezinho


(...)

Tambores rufavam ecoando nos ouvidos da criança.
Faziam tremer e vibrar as velhas paredes da casa de pedra.
Lá fora, onde se estava banhando, apenas existia o bosque de frondosos carvalhos que isolavam a casa de seu avô do resto da civilização, mas o som de algo invisível continuava a ecoar em seus ouvidos enquanto ouvia solenemente, mesmo sendo muito jovem, a altivez e sapiência de seu companheiro, aquela velha e sábia ave de mil cores, guardião de um conhecimento há muito desconhecido para os vulgares mortais, afastados da terra e dos seus segredos milenares.
Enquanto o ouvia, silenciosas criaturas parecidas com pequenas labaredas voavam ao seu redor deixando um rasto cor de fogo e aroma de rosas no ar. A sábia ave, continuava falando, mas tomando um aspecto intrigado para com ele…
(…)

O principezinho
Oleo em tela de Ana Garrett
0,70 x 0,50
Excerto de Paulo Roderick

segunda-feira, julho 13, 2009

Saudades que se entranham





(...)

Lá fora, levantara-se com o vento, um som, a princípio inaudível ao ouvido do ser humano, tornando-se cada vez mais alto, intenso, assustador.
Um grito, um urro, sem tempo, sem fim, sem definição, invadiu o mundo dos vivos com a natureza na mente de cada Homem.
Um mocho cruzou os ares levando consigo a sabedoria dos tempos.
Nuvens cobriram a lua e o céu, lançando sombras negras e profundas sobre o gelo branco que inundava os campos.
E através da gélida luz, as pedras fizeram chorar os mortos, com a saudade que Adrianna tinha entranhada na alma!

(...)

"Saudades que se entranham"
0,70 x 0,50
Óleo em tela de Ana Garrett
Excerto de conto de Paulo Roderick

quinta-feira, julho 09, 2009

Contos de D. Coelha no Monte da Lua



(…)
Dona Coelha, sempre em azáfama, não parava de labutar na sua toca junto ao pinheiro real!
Seus filhotes, belos e traquinas adoravam ouvir as histórias que contava.
Era tão boa contadora que todos os amigos de seus filhos adoravam visitá-los só para ouvir contos e lendas daquele monte onde se situava as suas tocas.
O Monte da Lua.
Lá Dona Coelha parava as suas rotinas diárias para se sentar num tronco e agarrar no livro escrito por ela mesma.
Nesse momento fazia-se silêncio. Os próprios pássaros paravam de cantar e as formigas deixavam de trabalhar ficando abraçadas às cigarras que largavam a guitarra ao lado de suas patas, só para ouvir aquelas palavras mágicas, ansiosos que Dona Coelha os incluísse, quem sabe um dia, nas suas histórias.
E lá começava ela, impregnada de silêncio à sua volta…!
(…)

Contos de D. Coelha no Monte da Lua
0,70 x 0,50
Óleo em tela de Ana Garrett

Excerto de conto de Paulo Roderick

terça-feira, julho 07, 2009

Fairy of light


(
...)
Invade-me os sonhos, a imagem de Adrianna, ou Anna como lhe chamava na intimidade!
Por vezes ainda acordo a sorrir pensando que regressou do mundo dos mortos e tudo foi um sonho!
Nessas alturas a dor de alma é maior, tamanha é a desilusão.
Nunca mais encontrei ninguém como ela, essa fada diáfana de mil cores e desejos!
Essa Fada de Luz.
(...)

Fairy of Light

Óleo em tela de Ana Garrett
0,70 x 0,50

Excerto de conto de Paulo Roderick

segunda-feira, julho 06, 2009

Laureanna, Fada Rainha



(...)
Fazia hoje, mais um ano em que Laureanna nascera.
Lá longe, das velhas terras da Europa, no coração de África, Laureanna tinha acordado para a vida.
Tinha sido a última, juntamente com sua irmã, das Fadas da velha, quente e doce África. As memórias do Homem e da Natureza apagaram para sempre a presença de tão belas criaturas no Continente Mãe.
Fada Madrinha, Rainha dos Bosques, Senhora dos Ares, Dona do Fogo, Amante da Terra e Submissa à Água, onde vivia o seu amor, o Rei dos Oceanos, Laureanna tudo observava!
Com olhos calmos e serenos, observava-o.
Dentro de si, sentia pena, tristeza por aquela criatura. Tudo o que ele queria era amar. Simplesmente amar. E perdeu tudo.
Sem culpa. Ela sabia-o.
Mas pela lei, deveria pagar pela morte de uma das nobres criaturas do Reino de Luz. Pela morte de Adrianna. Pelo seu sacrifício!
(...)

Laureanna, Fada Rainha
0,60 x 1,00
Óleo em Tela de Ana Garrett
Excerto de conto de Paulo Roderick

quinta-feira, julho 02, 2009

Alice na Terra das Maravilhas




(…)

Baralhava e tornava a dar. Era assim que estava habituada.
Rainha por um dia, Rainha para sempre, fosse ela de copas, paus, ouros ou espadas.
E não autorizava que aquela intrometida andasse pelo seu Reino!

“Eu avisei, Alice! Este local é perigoso para ti!” Disse o Senhor Coelho à pobre menina com cara de gata perdida. Estava à mercê de uma rainha gata com o cio que de nobre tinha pouco!
“O que fazer? Voltar para o meu mundo a correr ou enfrentar a gata tresloucada?” Pensava Alice.
Ora aí estava um dilema que tinha de resolver rapidamente antes que os tontos dos guardas fizessem algo.

(…)


Alice na terra das maravilhas
Óleo em tela (díptico) de Ana Garrett
0,50 x 0,60 (x2)

Excerto de Paulo Roderick