quinta-feira, dezembro 31, 2009

Feliz ANO NOVO para Todos Vós





"Reposição de conto meu"


...10...


...com sapatinhos de verniz, de mão dada à avó e à Tia, Clara de seu nome, no Cais, acho que de Alcântara, esperávamos um gigantesco navio que trazia de volta, das terras quentes de África, meu pai, que apenas recordava nas fotografias, dado nunca o ter visto, porque a minha mãe já estava grávida quando ele partira, a última vez...

...9...

...Ao colo de meu pai, vejo-a aproximar-se, sorri-me, agarra-me, diz que é minha mãe.

Logo de seguida estou em casa dos meus avós. Com 3 anos de idade, observo a sombrinha de chocolate, prata vermelha, na minha pequena mão. Uma das coisas que a minha mãe me tinha dado. A última...

...8...

...Dizem que chorei e gritei pela minha mãe, na noite que morreu. Acordei aos gritos e a chorar a dizer que a queria. Minutos depois o telefone tocou...

...7...

...Meu avô, com infinita paciência, ensina-me as letras, a esta criança de 4 anos, só porque adorava ver os livros de histórias que povoaram a minha infância e meu avô achou por bem, eu saber ler...

...6...

...Brinco com uma menina que não me recordo o nome. Dizemos que somos namorados do alto da nossa pequenez. Pingentes de gente, inocentes e felizes, que nada sabiam sobre a vida. Meses depois mudou-se e nunca mais a vi....

...5...

.-..Brinco com o meu amigo de sempre, Miguel. Anos passaram e a amizade sempre durou. Primo por afinidade. A vida separou-nos um pouco, mas sempre nos recordamos de quem gostamos...

...4...

...Sento-me na primeira cadeira, da primeira mesa, no meio da sala de aulas. Os meninos que lá se encontram são estranhos para mim. Uns olham, outros riem-se, outros falam sobre mim. No meu primeiro dia de escola. Impávido e sereno, mantenho-me calmo, como se pertencesse àquele mundo...

...3.

...Meu Padrinho João, que eu adorava, amigo de sempre, partiu na sua última corrida. Jovem bem parecido, corredor de automóveis e membro de um rancho de folclore nos tempos livres, depois de levar a namorada a casa, no regresso, deixou a vida de encontro a uma árvore, acabando ali as suas corridas e a sua vida cheia de luz e alegria...

...2...

.. Meu Avô, meu querido avô João partiu. A doença, Parkinson, e a vida levaram-no para longe, mas ainda e sempre, povoa os meus sonhos...

...1...

...Casei com a menina que um dia, ainda bem criança, disse para mim mesmo, seria a minha mulher. Anos de namoro, altos e baixos, como é a vida, mas quando precisamos um do outro, temos estado sempre lá...

...0...

... Nasceu o desejado, a minha alma, a nossa alma, a razão de viver. Sebastião, El-Rei, o príncipe encantado...



Meia Noite, tocam os sinos das igrejas. A contagem decrescente terminou. Um ano novo chegou. Com a boca cheia de passas dos desejos, rebentam foguetes. Panelas e tachos fazem barulho nas janelas e varandas das cidades. Pessoas abraçam-se, beijam-se e desejam felicidade umas às outras. Mais um ano que chega, outro que partiu.

Beijamo-nos, abraçamo-nos, desejando tudo de bom para nós e para quem nos rodeia...

... e recordo todos que amo e amei. Aqueles que me deixaram. Meu avô materno, meus bisavós paternos a que chamava carinhosamente avós velhos, meus tio António e Tia Clara, de Queluz, minha prima Rosa, meus amigos Bizarro, Amilcar, e todos os que amei e deixei de ver, simplesmente porque a vida é feita de enganos e desenganos.

Feliz 2010 cheio de estrelas no vosso firmamento.

quinta-feira, dezembro 24, 2009

FESTAS FELIZES

Passei para desejar um Bom e Santo Natal a todos os meus amigos.
Que tenham muita felicidade, amor e prendinhas no sapatinho!!!!!

BOM NATAAAAALLLLLLL

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Exposição de Pintura de Ana Garrett "Quem conta um conto..."

Ana Garrett conta contos contados, inventados, criados ou imaginados através da tela, das tintas, dos pincéis, das suas cores, da sua paleta, da sua imaginação!
Ana Garrett gosta de recriar um mundo de fantasia e de revisitar velhos ou, quiçá, novos clássicos através de um mundo muito próprio que tem origem no seu atelier e acaba onde a alma humana o deseja.
Ou talvez não!
É uma pintura repleta de lugares mágicos e personagens tão fantasmagóricas como encantatórias, tão assustadoras como cativantes.
Essa é a pintura de Ana.
Quem conta um Conto...

Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos (Pcta. António Duarte, 4 A, São Brás, Amadora)

Inauguração a 12 de Dezembro às 16 horas

Esperamos por vós.

Decorrerá até 4 de Janeiro de 2010

Contamos convosco.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Lançamento de livro de arte

Amigos.
Convido-vos para estarem presentes no lançamento do "Livro de Ouro de Arte Contemporânea em Portugal - II" no próximo dia 5 (cinco) de Dezembro, pelas 15 horas, no In-Club, nas Docas de Santo Amaro, Armazém 5, Alcântara.
A Ana (Garrett), minha mulher, é uma das artistas plásticas que está representada nesse livro.
Não faltem.
Obrigado
Paulo

terça-feira, novembro 24, 2009

Amores verdadeiros

Absorta nos seus pensamentos, de cigarro aceso na mão, mirava com um olhar vazio o copo à sua frente! Já tinha prometido a si mesma que deixaria de fumar. Mas nunca o conseguira! Maldito vício que não a largava! Ainda tão jovem e bela mas... só isso não a deixava. Quanto ao resto era o que se via! Não conseguia amar sem ter um desgosto. Não conseguia se dar sem perder o outro! Via à sua frente uma vida vazia, sem esperança de envelhecer com alguém a seu lado. Alguém que ela pudesse amar e dar tudo de si a essa criatura!

Distraidamente, como qualquer frequentador de bar faz, olhou à sua volta. As mesmas caras, as mesmas pessoas, todos os dias, todas as noites à volta de um copo ora meio vazio, ora meio cheio.

Até que reparou nele. Nunca o tinha visto. Ou talvez nunca tivesse querido reparar nele. Não, nunca o tinha visto mesmo. Era uma cara nova. Alguém que resolvera entrar e sentar-se mesmo em frente a ela do outro lado do balcão!

Reparou nos seus olhos. Brilhavam. Mas estavam tristes. Mas... olhava-a directamente ! Sentiu atrapalhação.
Observada! Mas ao mesmo tempo atraída por aquela alma errante! Tornou a olhar para ele. Colaram os olhares. Ele sorriu. Um sorriso triste com aqueles grandes olhos doces. Ela tentou sorrir! Viu-o levantar-se. Sentiu-se incomodada mas ao mesmo tempo ansiosa! Deu a volta ao bar e sentou-se a seu lado. Por sorte a cadeira estava vaga. Pediu licença antes de ocupar o lugar. Pediu o mesmo que ela bebia.

Olharam-se. E naquele momento aquele olhar valeu mais do que mil palavras.

Absorto nos pensamentos, de copo na mão olhava e observava a bebida a ondular no vidro do copo que tinha entre mãos, bebida que nem sequer tocara os lábios. Era naquelas alturas que gostava de ter tido um vício. Um vício que matasse, como o tabaco ou o alcool. Mas não! Nada disso possuía e o que tinha, o que tivera, um grande amor, alguém lho tirara. Alguém divino, que resolvera chamá-la para junto dele!

Agora, já com uma idade bastante avançada, a seu ver, sentia-se só, triste e sem ninguém com quem falar, com quem discutir, abraçar ou simplesmente olhar como se olha para uma bela flor!

Nunca tiveram filhos. Ambos concordaram em não os ter. para gozarem melhor a vida. Passearem, viajarem, divertirem-se... e agora... nada disso interessava, sentia que na sua vida sempre houvera um vazio que seria impossível de preencher!

Enterrado nos seus pensamentos, olhou em frente, como se de um verdadeiro frequentador de bares fosse, e foi nessa altura que a viu. Bela, jovem, linda de morrer, mas ao mesmo tempo triste, melancólica... e só. Como ele.

Cruzaram os olhares. Foi apenas um momento, mas as suas almas sentiram-se ligadas. Porquê? Não o sabia. Mas algo lhe dizia que aquela jovem que estava ali sentada, só, triste e vazia de vida, era a sua alma gémea. Tão diferente de quem amara, mas a sua alma gémea.

Apanhou coragem, levantou-se e tomou o lugar junto a ela. Pediu licença para o fazer. Pediu a mesma bebida que aquela bela jovem tomava. Devia ter quase uns vinte anos a menos que ela. Ele que agora galopava incessantemente para os cinquenta.

Olharam-se. E naquele momento aquele olhar valeu mais do que mil palavras.

Amara-o como nunca amara nenhum homem na sua vida. Vivera com ele estes últimos trinta anos, sempre cheios de amor e felicidade por se terem encontrado. Por terem descoberto, novamente, a vida.

Agora sentava-se a seu lado. Ao lado de uma cama de hospital onde ele com os seus oitentas, e uma doença incurável, agonizava, esperando apenas que a fria mão da morte o levasse para longe.
Iria ficar novamente só e isso custar-lhe-ia imenso. Não sabia como viver sem ele a seu lado.

Lembrava-se perfeitamente dela. Da sua beleza. Do primeiro momento quando a vira. Daquela noite em que pensara dar um término à vida.
Rejuvenesceu-o, deu-lhe novo alento, fê-lo ver novamente o que era o amor. Mas estava próximo o momento da despedida.

Do outro lado, a sua primeira, o seu primeiro grande amor, olhava-o com os mesmos olhos doces e ternos. Esperava o seu último sopro para que voltassem a estar juntos. Para que ficassem ambos a pertencer à energia do Universo.

Quando ele partiu, fê-lo com um sorriso nos lábios e de mão dada a ela. Chorou e sentiu-se só. Novamente. Naquele mundo triste e cinzento que não tinha nada mais para lhe dar.
Não aguentou muito.
Largou a mão daquele corpo inerte e sem vida. Dirigiu-se à janela do quarto do hospital, quarto que se encontrava num oitavo andar e não esperou. Lançou-se no vazio esperando que ele estivesse à sua espera no fim do salto.

Esperava-a. Mas não estava só. Vinha com uma bela mulher que apenas vira em fotos de álbuns cheios de recordações.

Sorriram para ela.

Ela também sorriu.

Entendeu que o amor é isso mesmo. Universal. Pleno e cheio de ternura. Para a eternidade.

Seguiram as suas novas existências de mãos dadas. Para todo o sempre.

Nunca mais se separariam.

domingo, novembro 22, 2009

Primavera no Novo Mundo



Primavera no Novo Mundo
Óleo em Tela de Ana Garrett
0,60 x 0,60
Excerto de conto de Paulo Roderick

(…)


Todos cantavam belas canções e poemas à Fada Rainha Mãe.

Pequenos animais da floresta carregavam belas e singelas prendas para ofertar Laureanna.

Estavam lá, vindos de todos os cantos do Reino de Luz, Fadas da Floresta, das Nuvens, dos Lagos, das Montanhas, Elfos, Unicórnios, Faunos, Gnomos, Centauros e muitas outras criaturas.

Sete pratos foram servidos, sete canções foram cantadas, sete poemas foram ditos, sete beijos foram dados, sete danças foram tocadas.

Até o mortal, paixão de Adrianna, dançava em campos de papoilas!

Tudo para saudar e celebrar o nascimento de Laureanna. Laureanna parecia que tinha perdido o dom da audição, tão inundado estava o seu cérebro, de alegria. Mas não tinha perdido o outro dom. Mais importante para ela.

O dom de ver quem a amava... Estava entre os seus...

(…)

quarta-feira, novembro 11, 2009

Recordações



"Recordações"
Óleo em tela de Ana Garrett
0,70 x 0,50
Excerto de conto de Paulo Roderick

(…)


Invadia-me os sonhos, a imagem de Adrianna, ou Anna como lhe chamava na intimidade!

Por vezes ainda acordo a sorrir pensando que regressou do mundo dos mortos e tudo foi um sonho!

Nessas alturas a dor de alma é maior, tamanha é a desilusão.

Nunca mais encontrei ninguém como ela, essa fada diáfana de mil cores e desejos!

Tive a sensação de a ter encontrado a partir do momento em que uma misteriosa mulher me escrevia, deixando debaixo de uma pedra, as suas palavras de amor!

Fiquei louco de desejo e paixão. Mas nunca nos encontrámos!

Desisti de procurá-la há anos.

No início ainda desesperei, pensando ter encontrado Anna, nessa mortal, mas fora uma quimera que não deu fruto! Hoje, à distância, penso que poderá ter sido imaginação minha ou alguma brincadeira dos seres elementais.



(…)

segunda-feira, novembro 02, 2009

Nova Era (Hordas de elfos loucos)

Hordas de elfos loucos, sanguinários, sequiosos de vingança, desceram montes, montanhas, cruzaram vales, planícies, entranhas, saíram de florestas, bosques, matas, patranhas, de milhares de lugares incertos…
Hordas de criaturas aladas cruzaram céus, encheram horizontes, vieram de Nascente, nasceram de Poente, surgiram num repente, vieram de um quase nada, encheram um quase tudo…
Hordas de seres encantados cruzaram mares, terras, ares, lutaram contra ventos, marés, tormentos, debateram-se contra correntes de insensatez, contra o Homem e sua altivez…
Hordas do nada, do puro suposto imaginário encheram a Civilização do Homem, a terra dos humanos, o mundo da escuridão, a criação do homem, filho de Adão…
Vieram em busca do tempo perdido, em busca do tempo antes que fosse perdido, antes que perdessem o tempo, clamaram, reclamaram o direito, o lugar que lhe era pertença, o que era sua herança…
Chacinaram, mataram, retalharam, devoraram corações impuros, polutos, sujos, corruptos, mentes loucas insanas e cruéis do guerreiro homem…
Do Mundo do Filho de Adão apenas ficou aqueles puros de coração, limpos de alma, apenas ficou os que tinham direito de ficar, poucos homens… e… crianças, milhares, milhões, sem conta, corações belos e maravilhosos que receberam de braços abertos, mãos vazias e peitos cheios de alegria aqueles seres encantados, de triste fado, cantados em velhas epopeias, queimados em antigas fogueiras e que apenas reclamavam um lugar neste mundo que outrora fora seu e que cada vez mais se refugiavam na escuridão, na tristeza, no esquecimento, no mais negro da natureza, um buraco sem fundo, sem retorno, supostamente protegidos da maldade do Adão Guerreiro que até esses recantos quis para ele, bicho de ganância… ganhando o nada e perdendo...o tudo!
E uma nova Raça nasceu!

segunda-feira, outubro 19, 2009

Coração de Pedra

“Sabes? Se vivesses comigo, seria diferente.
Mas como isso não acontece, não me lembro de ti sequer.
Tens perdido muito.
Não julgues que te vou dar alguma coisa, que não vou.
E se não estás contente podes sair do carro e dar corda aos sapatos”.

O homem que proferira aquelas palavras naquele momento era seu pai.
Dito assim parecia que sempre o quisera a seu lado e que ele não o queria. Mas não era verdade.
Nunca o fora.

Ele não passava de seu filho.
Simplesmente assim, sem o significado que a palavra tem.
Filho.
Sem o carinho que a palavra tem para um pai.
Sem o apoio, o amor, a amizade, a cumplicidade de um pai para a semente do seu sangue.
A caminho das zonas limítrofes da cidade ia a viatura que os transportava, em ritmo lento, de hora de ponta.
Filas de carros bufando e buzinando seguiam pela estrada empedrada.
Todos com destino.
Alguns sem rumo.
Aquela criança, aquele pequeno homem, olhava para seu pai com os olhos marejados de lágrimas.
Parecia que o rio tinha subido até ao nível do seu olhar.
Tudo ficou cinzento, como o dia que corria lento, ausente daquela realidade.
Como a paisagem que passava, desfilando cores cinza nublado nos vidros do carro.
O que se diria a um pai numa hora dessas?
Eram frases que um pai devia dizer a um filho?
Será que entendia que estava a falar com a carne da sua carne?
Que ele era a semente que tinha colocado no mundo?

Pediu para parar o automóvel.
O carro abrandou até parar a sua marcha.
Abriu a porta e saiu.
Ainda se apercebeu que seu pai lhe dizia algo, mas já não o ouvia, já não o via.
Tinha sido a gota de água que fez transbordar o copo.
Tinha sido a última lágrima que deitou ou que alguém vira correr, por palavras amargas e indiferentes de seu pai.

Virou costas e tomou o caminho contrário à correnteza do trânsito.
À correnteza do sangue.
O rio afagava-lhe o olhar.
Refugiava-lhe os pensamentos.
Acalmava-lhe a alma.
Seguiu.
Rumo ao futuro.
Um futuro que era seu e de quem o amasse.
O pai ficara.
Só.
Lá atrás!

Passaram dois homens com a felicidade nos olhos e nos gestos.
Um deles disse para o outro
“Pois é, amigo. Natal é quando um filho nasce. Sinto-me em festa”.

Acelerou o passo.
Enquanto se distanciava do seu progenitor, aquela frase dita naquele momento fez com que seu coração se tornasse pedra!
Pedra que chorava.
Por dentro!
Criando rios.
De amargura!

Nunca mais seria o mesmo.

sexta-feira, outubro 16, 2009

Os bebés são feitos de amor



Foto do meu filho Sebastião, oferecendo uma flor à mamã!

"Era uma casa antiga.
Como antigas são as recordações.
Se bem que esta casa não fazia parte das minhas recordações.
Uma casa antiga onde a madeira imperava.
Estávamos todos à mesa.
Quem... não sei.
Uma mesa corrida decorada com tudo o que seja necessário a uma refeição.
Tinha toalhas de renda. Recordo-me.
Mas... só sei que estávamos à mesa.
Como num velho livro de Agatha Christie, havia candelabros acesos, o ambiente era de penumbra e todos olhavam para mim. Directamente. Pelo menos assim o parecia.
Não sei quantos eram.
Ao meu lado, uma jovem de cabelos longos que lhe tapavam as faces, olhava directamente para mim.
Apercebia-me de seus olhos escuros cravados em mim, entre uns cabelos escorridos, digamos mesmo, sujos.
Inclinou-se e, com toda a calma, perguntou-me:
- E os bebés? São feitos de quê?
Lembro-me de estar calmo, sereno, mesmo num ambiente que nunca foi o meu, e respondi-lhe.
- Os bébés? - sorri - São feitos de amor.

Papá, papá. Mamã, mamã.

Acordei com o meu filhote de 22 meses a chamar-me. A minha Ana também acordou.
E o pequenote já no meio de nós, na nossa cama, sorria com a chucha na boca, olhando directamente para mim.
Beijei-o. Chamei-lhe todos os lindos nomes que ele merece e recordei-me deste estranho sonho.
É verdade. Os bebés são feitos de amor."

(Reposição de um mini-conto meu, que já tinha aqui publicado em tempos idos)
Paulo Roderick

quinta-feira, outubro 15, 2009

Carta a Maitê

Recebi por e-mail. Não sei quem é o autor, mas está bastante engraçada, usando as palavras dessa grande atriz brasileira, né?
Publico o que recebi, entre aspas.

Quanto a mim, fiquei "banzado" com o que vi! Nem queria acreditar que ainda há gente desta, supostamente figuras públicas, com responsabilidade, a fazer e dizer atrocidades daquelas. E mais ofensivo ainda, a maneira como o pseudo-documentário foi recebido no programa brasileiro. À gargalhada!
Podem dizer que eram piadas. Todos nós a fazemos. Os brasileiros sobre os portugueses e os portugueses sobre os brasileiros, eu também me rio com as piadas que fazem sobre nós, quando são bem feitas, mas isto não foi piada, foi ofensa mesmo.
Mal começou a falar sobre Sintra, eu nem queria acreditar. Numa vila que está carregada de história, belas paisagens, mistícismo, monumentos, palácios, castelos... ela se referiu a "uma vilazeca próxima de Lisboa" e só se preocupou do 3 virado ao contrário! Depois foi um descambar de asneiras que nunca mais parava!
Enfim...
Recordou-me um pouco o Borat. Mas em versão reles, mesmo!
Aqui vai o que recebi!

"Cara Maitê,

Acabei de ver o teu vídeo a pedir desculpa aqui à malta de Portugal!!
Tudo jóia miúda.. já vi que és uma garota "légál" e brincalhona, por isso, sei que não levas a mal se te tratar por tu...já somos amigos!!
Sabes que há uns anos atrás, quando te vi pela primeira vez, soube logo que tu tinhas dois avôs portugueses!! Essa tua beleza tinha de vir de algum lado né?
Neste momento sinto-me envergonhado de nós (Portugueses) termos ficado tão ofendidos com aquele documentario!! Afinal de contas, o pessoal brazuca é show de bola.. é sempre em festa!! Qual é o problema de um grupo de brasileiras brincarem e gozarem com "gajos" como o Camões e o Vasco da Gama, escarrar para um lago de um Mosteiro que é património mundial, deitar a baixo uma pessoa que não sabia resolver um problema no computador, que pelo que entendi, tu também não sabias resolver ... qual é o stress?? Na boa, tudo "légál", show de bola garota...

Sabes o que me lembrei???
Até era giro a malta combinar, tu falares com esse teu amigo camera man e fazemos o seguinte: Eu levo daqui o Rui de Carvalho (um conceituado actor aqui de Portugal) aí ao Brasil e a malta faz um filme caseiro com este guião:
1º Filmamos o Rui a mijar para os pés do Cristo Redentor e a fazer um V de Vitória como que a afirmar : "estou-te a mijar para os pés e tu não podes fechar os braços para me impedir... estás a ver quem manda ó 7ª maravilha do mundo??"
2º Outra imagem era o Rui num restaurante a fazer o seguinte pedido: "Oh garçon, arranja-me aí uma dose de Presidente recheado com arroz de coentros (caso não tenhas entendido ele iria pedir Lulas recheadas)..."
3º Também era "légál", o Rui gozar um bocado com a vossa história, mas infelizmente, não vai dar porque não é fácil encontrá-la... Espera lá! Já sei... arranjamos um barco e o Rui veste-se de conquistador Português a desembarcar no posto 9 em ipanema gritando o seguinte: "quem sois vós minhas popozudas de fio dental?? e vós seus boiólas de sunga?? Que estaides a fazer assim vestidos na terra que eu descobri??? ide-vos vestir e de seguida ide trabalhar para os campos a apanhar cana de açúcar que é para isso que vocês servem!! (esta é show, não é Maitê??)
4º Para acabar, o Rui faz um discurso à frente da estátua do Pélé a dizer: "sabem para que é que este "preto" era bom?? para limpar os escarros que os vigaristas dos brazucas mandam para os lagos dos nossos mosteiros lá em Portugal!"

Vôcê curtiu a ideia Maitê??? Pensei que seria falta de respeito e de educação fazer uma coisa deste género de um país que não é o meu, mas afinal, é uma coisa normal como tu dizes.. é brincadeira.. isto há brincadeiras do carago (como se diz no norte cá da terra)!

Ah é verdade... muito importante...Depois vendemos isto à rede Globo e eles transmitem isto em horário nobre... Aposto que o Brasil vai ficar inundado em lágrimas de tanto rir!! Afinal de contas como tu disseste, o povo brasileiro, é muito brincalhão! De certeza que vai aceitar que um "manézinho" vá aí à tua terra gozar com a tua pátria!!

Um beijo pá..

E aparece mais vezes cá em Portugal. Tenho uma brincadeira que adorava fazer contigo, mas não te conto agora... pronto está bem, eu conto... era esfregar 3 pasteis de nata (aqueles que tu comeste) na tua cara!! Deve ser mesmo o teu género de brincadeira... afinal de contas tu és tão bem humorada! É verdade, traz as tuas amigas do programa porque há pasteis para todas!!

Beijos pá

Frederico

Nota: Usei o nome de Rui de Carvalho sem qualquer desrespeito à sua pessoa, antes pelo contrário, é um símbolo do nosso país daí ser a pessoa exacta para ironizar esta situação.
Outra chamada de atenção que quero fazer, será o facto de usar a expressão "preto" no ponto 4º. não terá qualquer intenção racial subjacente ...será uma forma de ironizar a desplicência com que Maitê trata de alguns temas. Longe de mim querer magoar qualquer tipo de raça..."

quarta-feira, outubro 14, 2009

O caso das toupeiras ou, porque se deve registar um animal para não sofrer consequências

Tonho Semanas sempre se dera bem com todos os vizinhos e com quem ele se cruzava.
Quer fosse na rua, no trabalho, na praia ou até mesmo num restaurante ou numa partida de futebol.
Contavam-se pelos dedos de uma mão os inimigos que tinha tido ao longo da sua vida.
E, atenção, que Tonho tinha a falta de um dedo na mão direita!
Era um indivíduo daqueles que, onde quer que estivesse, criava uma aura positiva, de felicidade e boa disposição.
Talvez por isso lhe tenham colocado a alcunha de brincalhão alegre.
Ou palhaço alegre pelas costas, como alguns “amigos” diziam.
Mas ele não se importava. O que queria era ser feliz e fazer os outros felizes. Adorava fazer bobagens, palhaçadas para que se rissem e o vissem como um tipo bonacheirão e contente com a vida.
Os vizinhos costumavam dizer que a casa dele parecia um circo, tanta a brincadeira e alegria que de lá emanava.
Como tinha um jardim adorava fazer pequenas peças de teatro para os filhos dos vizinhos, mas os pais acabavam por vê-las também, já que gostavam de ver Tonho Semanas a imitar vozes como se de um verdadeiro artista de teatro fosse. Era um dom que tinha, mas nunca teve a sorte de ser descoberto por alguém.
Mas isso nunca o incomodara. Sentia-se feliz com a vida e isso é que era importante.
Seguia a vida sem que ninguém o importunasse, até que um dia tudo mudou.
Quando viu aquele homem fardado a tocar à porta da sua pequena quinta, nunca pensou no que o destino lhe reservara!
- Boa tarde, presumo que seja o Senhor Tonho Semanas, correcto?
- Sim, senhor. Mas entre, entre – disse abrindo o portão de par em par para que o agente da lei pudesse entrar.
- Obrigado, senhor Tonho! Presumo que saiba ao que venho!
- Hmmm, não! Sinceramente não, mas de certeza que me vai dizer.
- Pois claro, pois claro. Quero que saiba que nos chegou ao conhecimento de que o senhor possui toupeiras no seu jardim. Foi um vizinho seu que o comentou no café da vila.
- Sim, é verdade! Já tentei fazer alguma coisa, mas não consegui nada. Estão sempre a esburacar-me o relvado todo. Já não é a primeira vez que alguém se magoa.
- Pois, mas isso não é do nosso interesse. O que nos preocupa é que as toupeiras não estão registadas.
- Desculpe?!?!?!?!?!
- Não estão registadas. Com a nova lei, que saiu esta semana, o senhor tem de registar as toupeiras que se encontram no seu jardim e, mais importante, não pode adquirir novos espécimes, com o risco de ser preso. Sim, porque multado já o vai ser!
- Mas isto é de loucos!
- O quê!!!!
Ao ouvir isso, o agente da autoridade sacou do telemóvel e ligou para a Central.
- Atenção. Temos um 665. Temos um 665.
Ainda Tonho Semanas não tinha tido tempo de acabar uma frase com o tempo de duração do muito célebre “o rato roeu a roupa do rei da Rússia” já os agentes da autoridade o levavam preso e devidamente algemado.
Ainda contratou um bom advogado da praça, mas sem o saber o dito advogado era um acérrimo defensor dos direitos dos animais e não o ajudou, subtilmente, em nada, tendo Tonho Semanas sido acusado de posse ilegal, maus tratos, tráfico e escravatura de animais exóticos para fins ilícitos.
Foi parar a uma prisão de Alta Segurança e só de lá saiu meses depois para ser encaminhado para um hospital psiquiátrico, por lhe ter sido diagnosticado insanidade mental.
O Ministério, ao saber do sucedido, congratulou-se e deu como exemplo o caso de Tonho.
Entretanto as toupeiras proliferaram e dominaram todo o relvado de Tonho, tendo mesmo as mais antigas se mudado para dentro de sua casa.

Bazar de Verão




Mais um Bazar de Verão em que a Ana vai participar!
Não percam!

segunda-feira, outubro 12, 2009

Devaneios mentais ou a triste notícia de que não há torneio de squash no fim de semana

Bem, meus amigos. Hoje tenho uma terrível notícia para vos dar.
Não vai haver torneio de squash este fim de semana!
A culpa é da filha do Raúl.
Sim, pois, porque ela, coitada, que partiu uma unha aos 13 anos de idade, diz-se, quando vendia antiguidades, disfarçada de advogada no bairro da residência da avó, colocava-se a descobrir os programas de verão dos colegas que enviavam SMS aos donos dos doberman sem coleira, de Vila Franca do Campo, e depois vendia todos os segredos na Bolsa de Valores do Porto aos proprietários de imóveis que iam passar fins de tarde, disfarçados de funcionários de transportes e mudanças, carregados com um guaxinim ao colo, em Bilbao, pagos por aquele presidente de um clube de polo aquático lisboeta, que os financiava por causa da gravidez de uma hospedeira que não fez a dedução fiscal a tempo!
Isto para dizer que não há torneio de squash este fim de semana porque a filha do Raúl é que tem a chave dos campos e não vai poder aparecer, coitada, porque tem tido noites de insónia com aquela de lhe aparecer o filho do outro a toda a hora.
O que vale é que ela dorme de pijama e não usa relógio de parede.
Foi a avó que lho deu, o pijama claro, quando tomava banhos de sal grosso toda nua com um deputado nas Maldivas e que vinha passar temporadas ao Bairro do Sacramento, em casa de uma prima que comia cereais às três da manhã enquanto via filmes do Brad Pitt com o som no máximo!
Ora, toda a gente sabe que os deputados não suportam ver filmes do Brad Pitt porque, diz-se, que ele tem uma costela veneziana, e com a proposta da adesão das Maldivas à Europa só ficava mal ver filmes desse gajo!
Pois , infelizmente, não vai haver torneio!

quarta-feira, outubro 07, 2009

Jornais e revistas

Via os amigos e colegas a casar.
E ela, que já não era propriamente uma jovem, estava só, sem ninguém que a acompanhasse nos dias e dias que passava com o seu gato.
É verdade que não era alta como elas, não era vistosa como outras, não era bela como algumas, mas.. era ela! Um ser humano que tinha direito a namorar, a amar, a viver apaixonada!
Os dias passavam, os anos corriam, e nada, nada de diferente acontecia na sua vida amorosa.
Quando colegas e amigos começaram a ser noticiados nas revistas por causa dos seus casamentos, baptizados, festas e tudo o mais, a inveja apoderou-se dela.
A gota de água foi quando o viu abraçado a outra, em fotos a cores numa revista cor de rosa de grande tiragem.
Sempre tinha sido o seu segredo.
Aquela paixão arrebatadora que nunca confessara a ninguém.
É verdade que era ele que se metia com ela.
Muitas vezes o disse, quando lhe diziam que ela o provocava.
Mas nunca teve coragem de dar aquele passo.
E agora... perdera-o! Para outra!
Para uma que ela apenas podia ver através de fotos coloridas cheias de charme numa qualquer revista semanal!
Mas aquilo não podia ficar assim!
Tinha de se vingar. Desse por onde desse.
E engendrou um plano! Também seria famosa, reconhecida, apetecida.
Também apareceria nos jornais, revistas, e até mesmo, se possível, livros de bolso.
E ele teria noites de arrependimento ao lado da outra, por não a ter tido.
Muito pensou, muito engendrou, muito imaginou, até que descobriu a maneira de o conseguir.
Colocou... um anúncio no Jornal das ocasiões!
Finalmente o seu nome aparecia no jornal. Finalmente seria lida por milhares de leitores. Finalmente seria badalada.
Mulher de meia idade, não muito alta, não muito bonita, não muito... não muito... procura companheiro para o resto da sua vida.
Finalmente triunfara.
O anúncio saiu em três semanas consecutivas!
Nem ele, com o seu casamento badalado conseguira sair três semanas consecutivas.
Tinha-o vencido! Sentia-se do tamanho do mundo!!!
Bem! Pelo menos do tamanho do globo que ainda tinha no seu quarto que o pai lhe dera quando tinha seis anos!
Já lá iam quarenta e quatro...

quarta-feira, setembro 30, 2009

Criador de Mundos


(...)

... saiu de casa apenas com um pincel e uma lata de tinta de cor via láctea.
Sua neta, menina deusa acompanhou-o.
Adorava ir com o avô pelas constelações, para o ajudar a fazer o seu trabalho.
Aquele velho sábio de barbas e cabelos brancos embevecia-se com a sua estrela mais brilhante.
Aquela menina dos seus olhos.
E enquanto ele, com o seu pincel de energia e vida, criava mundos e constelações, ela aprendia o sentido da vida...

(...)

Criador de Mundos
0,70 x 0,50
Óleo em tela de Ana Garrett
EExecertod e conto de Paulo Roderick

segunda-feira, setembro 28, 2009

42 já não se fazem!!!

Pois. Fiz anos sexta feira.

Obrigado a quem se lembrou.
Fiz 42 aninhos no passado dia 25.
Tirei o dia de sexta, andei a passear e só hoje aqui vim, daí só agora estar aqui a agradecer!

Beijos e abraços
Paulo

quarta-feira, setembro 23, 2009

Em defesa da Natureza

Exibia orgulhosamente a sua t-shirt azul. Nela se podia ver um tigre em toda a sua potência, pronto a atacar a presa e, ao longo de toda a camisa, pequenas gotas de tinta cor de sangue representavam a crueldade do homem perante a besta.
Foi um enorme sucesso, a venda das t-shirts. A juventude aderiu em massa, tornando-se uma moda que ultrapassou em larga escala as imagens de Jesus Cristo, super-homem ou Che Guevara.
Eles tinham sido os génios de tão arrojada ideia. Tudo porque sempre tinham tido o sentido do dever quanto à preservação da natureza.
Tudo começara na vontade de preservar o Tigre de Bengali. Sabiam que só havia uma colónia desses belos animais, em estado selvagem.
Um dia, como bons activistas, resolveram juntar algum dinheiro e partiram para a Índia.
Decidiram defender, no campo de batalha, como diziam entre eles, o tigre, dos seus mais mortais inimigos, o caçador de peles e o traficante de órgãos para criação de afrodisíacos para o mercado oriental.
Já na Índia, compraram armas, para protecção, não fossem esses vis criminosos, os caçadores furtivos, resolverem retaliar.
Sem guias para os ajudar e sem um plano pré-concebido, partiram à aventura pela selva, esperando encontrar, a qualquer momento, caçadores furtivos em busca da sua presa favorita, o pobre e inofensivo Tigre!
Andaram dias pela selva, sem encontrar ninguém, até que uma certa manhã depararam com o que de mais belo existia, o Tigre de Bengali!
A colónia completa. Mesmo à frente deles.
Belos, imponentes, irradiando uma grandiosidade que nenhum outro animal possuía.
E com isso tudo, mostravam que... tinham fome.
Estavam ávidos de carne.
Era um ano difícil e as presas escasseavam.
Ao verem aqueles homens o instinto de sobrevivência disparou.
Começaram por os rodear e prepararam-se para um festim de carne e sangue.
Aflitos, sem hipótese de fuga, não tiveram outro meio, senão o ataque, como defesa.
Apontaram as armas e descarregaram toda a raiva do fogo mortífero naqueles belos e imponentes animais.
A selva encheu-se de um ruído ensurdecedor, devido à descarga brutal de pólvora. Encheu-se com um cheiro a mato e erva queimada,
Encheu-se de um sabor adocicado de sangue e de carne queimada no ar.
No final, apenas restou uma clareira coberta de corpos vazios de sangue e de vida.
Em silêncio, o grupo de amigos, carregou os outrora grandiosos seres, numa pilha e pegando-lhes fogo.
Olharam para as suas camisas azuis com um símbolo em forma de tigre e viram que estavam todas sujas de sangue!

Partiram sem proferir uma palavra.
Até que um quebrou o silêncio.
“Pelo menos ninguém se vai aproveitar das peles nem dos órgãos, já que queimámos tudo”.
Sorriram e consideraram, entre eles, que tinham cumprido o dever.
Como mataram os últimos tigres já ninguém se podia aproveitar daqueles belos animais para a feitura de casacos de peles ou afrodisíacos.
Chegaram à Europa e foram recebidos como heróis! Um deles lançou a moda das t-shirts ensanguentadas com o símbolo do tigre, que se tornaram um ícone de uma geração.
Enriqueceram, graças a essa ideia.
E já tinham outras em mente.
Ouviram falar do Lobo Ibérico. Já só havia uma colónia à mercê dos terríveis caçadores furtivos...

Conto de Paulo Roderick

quarta-feira, setembro 16, 2009

O Mortal... imortal


(...)
Seráfico, observava o vazio interior que o assolava.
Apenas se recordava tenuemente de uma vida anterior.
Espasmos de estranhas recordações que não compreendia, afloravam a sua despida mente.
Não se recordava do seu nome. Não se recordava de nada.
A não ser de um azul, branco, mil cores, brilhante, transparente, de umas asas tecidas como que em seda!
E quando se lembrava dessa estranha recordação... sentia-se feliz.
Porquê? Não o sabia.
Talvez nunca o viesse a saber.
(...)

"O Mortal..imortal"
Quadro a óleo de Ana Garrett
0,60 x 0,50
Excerto de conto de Paulo Roderick

sábado, setembro 12, 2009

Joaninha e os guardiões do templo



(...)
Estava uma gélida noite, no sonho de Joaninha.
Os guardas do reino da Luz Negra mantinham-se nos seus postos.
Guerreiros de outros mundos recrutados pela Rainha Negra, para defender o castelo!
Eram temidos nos Sete Reinos.
Cada marca que tinham representava o poder que possuíam.
Conhecidos pela sua ferocidade e audácia possuíam poderes que enfeitiçavam os mais destemidos.
Manejavam arcos com enorme destreza, arcos esses que nenhum mortal conseguia manejar.
Dizia-se que as cordas eram feitas de fios de cabelo de fada entrelaçados com fibras de coração de dragão do gelo.
E Joaninha voava entre eles, transformada em insecto, qual folha vermelha do tamanho de uma gota de orvalho...
(...)


Óleo em tela de Ana Garrett
1,00 x 0,80
Excerto de conto de Paulo Roderick

domingo, setembro 06, 2009

Aljubarrota




Adivinhem quem são estes dois?
Pois!
A Ana há umas semanas atrás participou na Feira Medieval de Aljubarrota e... eu fui com ela! Foi bastante divertido e diferente do que estamos habituados.
Voltámos ao passado, literalmente!

quinta-feira, agosto 27, 2009

A dádiva da sereia



A dádiva da sereia

(...)
E foi aí que a viu pela primeira vez.
Cabelos compridos, negros do azul mais profundo que o mar possui, pele branca como coral e uma face mais bela do que qualquer das suas mirabolantes criações.
Trazia-lhe uma lembrança.
Uma lembrança das profundezas.
Uma bela e gigantesca pérola azul, bela como nada que tivera visto até hoje!
Depois chamou-o.
E ele foi.
Entrou na água dando-lhe a mão e foram para longe levado sempre por ela, cada vez mais para baixo.
Foi aí que se percebeu que aquela visão que o deixou de imediato agarrado pela paixão louca e insana, era, afinal, parte mulher, parte criatura do mar.
A última coisa que se recordou de ver, foi uma concha enorme que brilhava no meio do azul profundo.
(...)

Óleo em tela de Ana Garrett
Medida: 1,60 x 0,33
Excerto de conto de Paulo Roderick

sexta-feira, julho 31, 2009

Luz



E para as próximas semanas, deixo-vos com "Luz e Amor".
Este blog vai fechar para férias!
Se bem que continuo a vir cá dar uma espreitadela!

Luz
Óleo em tela de Ana Garrett
1,30 x 1,00
Excerto de conto de Paulo Roderick

(...)
Luz era o amado do Senhor
E o Senhor era Amor
Luz era a alvorada de milhares de mundos
E o Senhor o seu Criador
Luz era a Luz da Vida para milhões de povos
E o Senhor era a Vida
Luz era o preferido do Senhor
E o Senhor o escolhera
Era o Protegido, O Ungido, O Filho dilecto
O Senhor amava-o, como carne de sua carne
Ser do seu ser, espírito do seu espírito
Luz era feliz
Anjo de mil asas
Arcanjo de mil luzes
Bebia da Sabedoria do Universo
Comia do Equilíbrio do Universo
Mas Luz começou a ver pelos seus olhos que algo estava errado
Levantou dúvidas acerca de alguns actos do Senhor
Luz perguntava porque o fazia se não era correcto
Mas o Senhor, como era Amor, não respondia
Porque o Amor é mudo e não fala
Luz queria fazer ver ao Senhor a sua incompreensão
Mas o Senhor Como era Amor, não via
Porque o Amor cega e não deixa ver
Luz gritava o seu assombro
Mas o Senhor, como era Amor, não ouvia
Porque o Amor é surdo e não deixa ouvir
E Luz definhou, entristeceu
Sentiu revolta no seu Coração
Perdeu seu brilho, sua cor, sua alegria
E o Senhor, do alto do seu amor… não gostou
E renegou Luz e sua Sabedoria
Por colocar em causa os seus actos
As suas atitudes, as suas decisões
As asas, Luz perdeu
Arcanjo do Senhor deixou de o ser
Anjo do Reino, deixou de o pertencer
E o Senhor despenhou-o
Para bem longe do olhar e da compreensão
Para bem fundo da alma e do espírito
Para uma terra sem nome e sem esperança
E Luz não compreendeu
Como o Senhor
Como o Amor
Podia ser tão cruel
E Luz tornou-se ódio,
Tudo por causa do Amor
(...)

segunda-feira, julho 27, 2009

A princesa e o sapo encantado


(...)

...desde criança que se sentia uma princesa.
Como todas as meninas sonhava encontrar o seu príncipe encantado.
Naquele dia, vestida de habitante das terras do Minho, encontrou-o.
Um pequeno batráquio que se encontrava no canavial próximo de sua casa.
Sem que ninguém o soubesse, levou-o e cuidou dele.
Os anos passaram.
Ela cresceu e manteve-se uma princesa.
Ele... não passou de sapo encantado...

(...)

A Princesa e o Sapo Encantado
Óleo em tela de Ana Garrett
0,50 x 0,70
Excerto de conto de Paulo Roderick

quinta-feira, julho 23, 2009

Diávolla, Fada do Reino Negro


(...)
No Reino da Luz Negra não havia celebrações profanas. Apenas se ouvia o barulho da neve a cair, pesada, sobre a paisagem. Apenas o som do vento a chorar. Apenas o barulho da morte a rondar.
Fada Mulher.
Sidhe de nascimento.
Ou Xaira! O termo que os humanos daqueles lugares chamavam às fadas que ninguém queria encontrar!
Fosse de dia, fosse de noite!
Filha de Dana, a Deusa Mãe.
Como todas as fadas das montanhas ou dos mundos subterrâneos.
Entre os dela, era conhecida, simplesmente, por Diávolla.
(...)

Diávolla, Fada do Reino Negro
Óleo em tela de Ana Garrett
0,40 x 0,50
Excerto de conto de Paulo Roderick

quarta-feira, julho 22, 2009

AdriAnna - Fada Paixão


(...)
A Raiva, o Desgosto, a Angústia, o Desespero, a Saudade, a Ansiedade, a Desilusão, a Tristeza.
Tudo ficou na forma de uma pequena bola de luz violácea que foi guardada no seu coração!
Raiva por não ter podido fazer nada no momento que lhe arrebataram o amor do coração.
Desgosto por vê-lo partir agarrado a outra, mesmo sabendo que não fora sua culpa. Angústia por saber que o perdera para a eternidade.
Desespero por saber que nada podia fazer no momento.
Saudade porque ele já estava longe há tempo demais.
Ansiedade por o querer tornar a abraçar, beijar, agarrar, arranhar, morder, amar…
Desilusão por saber que não voltaria a amar alguém como o amou a ele.
Tristeza porque seu coração de mil cores se tornou cinzento e vazio.
Por mais que o amor cruzasse a sua vida, nunca mais olharia para ele.
A cor de sua vida partiu agarrada àquele mortal que tanto amara.
(...)

Fada AdriAnna
Óleo em tela de Ana Garrett
0,60 x 0,50
Excerto de Paulo Roderick

segunda-feira, julho 20, 2009

Setecentista ou habitante da Terra do Nunca?




Pois é!
Não é só a Parisiense que anda nestas andanças.
A Ana participou na Feira Setecentista, frente ao palácio de Queluz, este fim de semana, com Jóias de autor.
Entretanto, sábado de manhã, ficou com conjuntivite.
Como não podia abrir os olhos e não podia estar de óculos escuros, porque ficaria fora de época (Sim, Teté, os oculos escuros não existiam na altura, eheheheh), pediu para ir substitui-la.
Arranjaram-me esta vestimenta e lá estive eu.

Esta semana ainda coloco outras fotos.

Fartaram-se de dizer que eu parecia o... Peter Pan!!!!!!!!!

P.S.: O Peter Pan tem 41 anos???? Só se eu for o Peter Pan do filme. Já velho... para esse papel, claro!

sexta-feira, julho 17, 2009

Sebastian song




(...)
Era uma criança como tantas outras. Pelo menos assim o parecia. Mas havia algo que tornava diferente, aquele menino.
Quando cantava, centenas de pássaros e pequenos animais o rodeavam como que hipnotizados ao ouvir a sua voz cristalina.
Foi crescendo e a bondade e alegria sempre o acompanharam.
Seu pai, um dia, lhe ofereceu uma velha gaita de foles que pertencera a seu bisavô.
Sebastian agarrou nela e começou a tocar com se sempre tivesse sabido manejar aquele instrumento de sons antigos.
No meio do ar, como que por magia, volatilizou-se uma bola verde, plena de tons da natureza.
No cimo dela aparecera uma lebre que o observava como que inebriada pela sua destreza!
Sebastian deixava de tocar e como que por um passe de mágica a lebre desaparecia.
Era uma canção mágica.
A canção de Sebastian!
(...)

Sebastian Song
Óleo em tela de Ana Garrett
0,70 x 0,50
Excerto de conto de Paulo Roderick

quarta-feira, julho 15, 2009

O Principezinho


(...)

Tambores rufavam ecoando nos ouvidos da criança.
Faziam tremer e vibrar as velhas paredes da casa de pedra.
Lá fora, onde se estava banhando, apenas existia o bosque de frondosos carvalhos que isolavam a casa de seu avô do resto da civilização, mas o som de algo invisível continuava a ecoar em seus ouvidos enquanto ouvia solenemente, mesmo sendo muito jovem, a altivez e sapiência de seu companheiro, aquela velha e sábia ave de mil cores, guardião de um conhecimento há muito desconhecido para os vulgares mortais, afastados da terra e dos seus segredos milenares.
Enquanto o ouvia, silenciosas criaturas parecidas com pequenas labaredas voavam ao seu redor deixando um rasto cor de fogo e aroma de rosas no ar. A sábia ave, continuava falando, mas tomando um aspecto intrigado para com ele…
(…)

O principezinho
Oleo em tela de Ana Garrett
0,70 x 0,50
Excerto de Paulo Roderick

segunda-feira, julho 13, 2009

Saudades que se entranham





(...)

Lá fora, levantara-se com o vento, um som, a princípio inaudível ao ouvido do ser humano, tornando-se cada vez mais alto, intenso, assustador.
Um grito, um urro, sem tempo, sem fim, sem definição, invadiu o mundo dos vivos com a natureza na mente de cada Homem.
Um mocho cruzou os ares levando consigo a sabedoria dos tempos.
Nuvens cobriram a lua e o céu, lançando sombras negras e profundas sobre o gelo branco que inundava os campos.
E através da gélida luz, as pedras fizeram chorar os mortos, com a saudade que Adrianna tinha entranhada na alma!

(...)

"Saudades que se entranham"
0,70 x 0,50
Óleo em tela de Ana Garrett
Excerto de conto de Paulo Roderick

quinta-feira, julho 09, 2009

Contos de D. Coelha no Monte da Lua



(…)
Dona Coelha, sempre em azáfama, não parava de labutar na sua toca junto ao pinheiro real!
Seus filhotes, belos e traquinas adoravam ouvir as histórias que contava.
Era tão boa contadora que todos os amigos de seus filhos adoravam visitá-los só para ouvir contos e lendas daquele monte onde se situava as suas tocas.
O Monte da Lua.
Lá Dona Coelha parava as suas rotinas diárias para se sentar num tronco e agarrar no livro escrito por ela mesma.
Nesse momento fazia-se silêncio. Os próprios pássaros paravam de cantar e as formigas deixavam de trabalhar ficando abraçadas às cigarras que largavam a guitarra ao lado de suas patas, só para ouvir aquelas palavras mágicas, ansiosos que Dona Coelha os incluísse, quem sabe um dia, nas suas histórias.
E lá começava ela, impregnada de silêncio à sua volta…!
(…)

Contos de D. Coelha no Monte da Lua
0,70 x 0,50
Óleo em tela de Ana Garrett

Excerto de conto de Paulo Roderick

terça-feira, julho 07, 2009

Fairy of light


(
...)
Invade-me os sonhos, a imagem de Adrianna, ou Anna como lhe chamava na intimidade!
Por vezes ainda acordo a sorrir pensando que regressou do mundo dos mortos e tudo foi um sonho!
Nessas alturas a dor de alma é maior, tamanha é a desilusão.
Nunca mais encontrei ninguém como ela, essa fada diáfana de mil cores e desejos!
Essa Fada de Luz.
(...)

Fairy of Light

Óleo em tela de Ana Garrett
0,70 x 0,50

Excerto de conto de Paulo Roderick

segunda-feira, julho 06, 2009

Laureanna, Fada Rainha



(...)
Fazia hoje, mais um ano em que Laureanna nascera.
Lá longe, das velhas terras da Europa, no coração de África, Laureanna tinha acordado para a vida.
Tinha sido a última, juntamente com sua irmã, das Fadas da velha, quente e doce África. As memórias do Homem e da Natureza apagaram para sempre a presença de tão belas criaturas no Continente Mãe.
Fada Madrinha, Rainha dos Bosques, Senhora dos Ares, Dona do Fogo, Amante da Terra e Submissa à Água, onde vivia o seu amor, o Rei dos Oceanos, Laureanna tudo observava!
Com olhos calmos e serenos, observava-o.
Dentro de si, sentia pena, tristeza por aquela criatura. Tudo o que ele queria era amar. Simplesmente amar. E perdeu tudo.
Sem culpa. Ela sabia-o.
Mas pela lei, deveria pagar pela morte de uma das nobres criaturas do Reino de Luz. Pela morte de Adrianna. Pelo seu sacrifício!
(...)

Laureanna, Fada Rainha
0,60 x 1,00
Óleo em Tela de Ana Garrett
Excerto de conto de Paulo Roderick

quinta-feira, julho 02, 2009

Alice na Terra das Maravilhas




(…)

Baralhava e tornava a dar. Era assim que estava habituada.
Rainha por um dia, Rainha para sempre, fosse ela de copas, paus, ouros ou espadas.
E não autorizava que aquela intrometida andasse pelo seu Reino!

“Eu avisei, Alice! Este local é perigoso para ti!” Disse o Senhor Coelho à pobre menina com cara de gata perdida. Estava à mercê de uma rainha gata com o cio que de nobre tinha pouco!
“O que fazer? Voltar para o meu mundo a correr ou enfrentar a gata tresloucada?” Pensava Alice.
Ora aí estava um dilema que tinha de resolver rapidamente antes que os tontos dos guardas fizessem algo.

(…)


Alice na terra das maravilhas
Óleo em tela (díptico) de Ana Garrett
0,50 x 0,60 (x2)

Excerto de Paulo Roderick

terça-feira, junho 30, 2009

Ser de Luz (II)




Quadro de Ana Garrett
Óleo em tela

Segundo (ou primeiro como preferirem) dos Seres de Luz respeitantes ao post abaixo.

Excerto do conto é o mesmo.

segunda-feira, junho 29, 2009

Ser de Luz (I)




Ser de Luz I

(...)

Fadas de Luz dançavam no coração da tempestade e Espíritos das árvores batiam fortemente sobre a Terra. Laureanna envolveu com seu corpo e asas, Adrianna, dando-lhe um beijo quente, lânguido com sabor a mel de urze e rosmaninho, arrebatando das suas entranhas o sabor da morte que a levara, dando-lhe o sopro da chama da vida. Música suave subiu da terra e o urro selvático e arrebatador desapareceu. Asas grandes, transparentes, poderosas, emergiram do corpo de Adrianna, que ao abrir seus olhos cor de malva, brilharam com todas as cores do arco-íris.
- Estou pronta.
Ambas sorriram. E a Terra estremeceu.

Os Seres da Luz estavam prontos…!

(…)


Quadro 1 de 2
Óleo de Ana Garrett
0,33 x 1,60
Excerto de Paulo Roderick

quinta-feira, junho 25, 2009

Lugar sagrado





(...)
Para o vulgar dos mortais era um bosque escuro e sombrio.
Não eram raras as noites em que alguém, que se aventurasse pelos seus recantos, não dissesse que vira figuras translúcidas a flutuar.
Vultos de belas e estranhas mulheres cruzavam o horizonte dos seus olhares.
Outros achavam que viam olhos negros, cavos, profundos a observá-los.
Não era qualquer um que se aventurava nele de ânimo leve.
Quem não tivesse o sangue dos Antigos não poderia ver a sua beleza.
Era um local sagrado, temido ou adorado.

(...)

Lugar sagrado

Óleo em tela de Ana Garrett
1,46 x 0,89

Execerto de conto de Paulo Roderick

terça-feira, junho 23, 2009

Fada das sombras



Fada das sombras

(...)

Sentada à sombra da velha árvore, a fada das sombras observava o que a rodeava.
Evocara o velho espírito do voo do dragão.
À sua frente apareceu essa força mística tão antiga como as preces do mundo. Vinha em forma de Libélula.
“Dragon fly”, como lhe chamavam os velhos sábios das florestas bretãs.

(...)


Óleo em tela de Ana Garrett
Excerto de conto de Paulo Roderick
1,20 x 0,80

segunda-feira, junho 22, 2009

Bazar de Verão - Só no dia 24 em Oeiras



Bazar de Verão na Quinta do Marquês, Av. República, Oeiras para ajudar a Creche e Jardim de Infância Grãos de Gente, só dia 24 deste mês.

A Ana foi convidada por uma amiga nossa, a Carla Bettencourt Silva, mais conhecida por Carla Cahico, para participar no Bazar.
A Ana vai levar trabalhos em esmalte e resinas, usando conceitos de Joalharia!
São outras artes que cria e elabora e que servem para embelezar ainda mais as belas mulheres do nosso país à beira mar plantado!

Não percam. Jóias de autor a preços bastante convidativos. E, acima de tudo, servirá para ajudar a Creche e Jardim de Infância!

Não faltem!

quinta-feira, junho 18, 2009

2 eventos com diferentes artes (Noite fantástica com simbiose de diferentes artes, no Porto e Bazar em Oeiras)



Estão todos convidados a estarem presentes no Atelier Café-Bar, no Porto, no próximo dia 21 de Junho, pelas 22h30m, para A Noite Artística. Poesia e Artes Visuais juntas, acompanhadas da sonoridade poética de NightDead!

Estarei representado na Prosa Poética (Roderick) e a Ana (Garrett) nas Artes Visuais!

Não faltem!

****
Quanto ao outro evento é o que podem ver no cartaz.


Bazar de Verão na Quinta do Marquês, Av. República, Oeiras para ajudar a Creche e Jardim de Infância Grãos de Gente, só dia 24 deste mês.

A Ana Garrett foi convidada por uma amiga nossa, a Carla Bettencourt Silva, mais conhecida por Carla Cahico, para participar no Bazar.
A Ana vai levar trabalhos em esmalte e resinas, usando conceitos de Joalharia!
São outras artes que cria e elabora e que servem para embelezar ainda mais as belas mulheres do nosso país à beira mar plantado!

Não percam, jóias de autor a preços bastante convidativos, nem vão acreditar e, acima de tudo, servirá para ajudar a Creche e Jardim de Infância!

Não faltem!

Noite Artística - 21 de Junho (Atelier Café Bar - Porto)




Estão todos convidados a estarem presentes no Atelier Café-Bar, no Porto, no próximo dia 21 de Junho, pelas 22h30m, para A Noite Artística. Poesia e Artes Visuais juntas, acompanhadas da sonoridade poética de NightDead!

Estarei representado na Prosa Poética (Roderick) e a Ana (Garrett) nas Artes Visuais!

Não faltem!

segunda-feira, junho 15, 2009

Dança dos elementais



(...)

Tinha adormecido no meio de um carreiro na floresta.
Há dois dias que andava perdida no meio das árvores seculares.
As forças abandonavam o seu corpo a cada momento que passava.
Pensava que sonhava. Via vultos à sua volta.

Fadas das sombras que dançavam louca e freneticamente à volta do seu corpo.
Sentiam que aquela mortal estava fraca e quase sem vida.
A sua sobrevivência dependia do ritmo dos seus corpos frágeis e diáfanos.
A dança dos Elementos não podia parar...

(...)

"A Dança dos Elementais"
1,19 x 0,79
Quadro a óleo em Tela de Ana Garrett
(Exposto no centro de Arte Contemporânea" em Alfragide, Amadora)

Baseado em excerto de conto de Paulo Roderick

Nota: Esta foto, como não foi tirada em estúdio, não faz juz ao quadro!

sexta-feira, junho 12, 2009

Elfos, Unicórnios e Novenas (Quadro de Ana Garrett)




Quadro exposto na exposição "Era uma Vez..." (elementos alguns posts abaixo)

Elfos, unicórnios e novenas
0,84 x 0,74
Óleo em Tela de Ana Garrett

(...)

O Firmamento está silencioso,
Houve algo que me aguçou o ouvido.
O grito de uma besta ecoa,
Anjos de açúcar se desfazem em mil pedaços
Doce sabor a leite no ar
Visualizo o Reino dos Céus num esgar

Elfos enxugam lágrimas a crianças órfãs,
Para quem os pais são seres imaginários
Sempre o foram
Não o são?
Serão?

Os meus olhos são como faróis na escuridão

A minha companhia são os elfos,
pelo meio da neblina que se tornou a minha vida
meus companheiros são as árvores que crescem ruidosamente
São as plantas que me fazem cócegas ao caminhar

Vejo fadas e elfos batalhando com anjos e querubins
O Pagão e o Cristão, O Sagrado e o Profano
O Mundo Antigo e as Novenas,
Padres fora de cena
Druidas e unicórnios no meu quintal
Admirável Mundo Novo

Tudo observo deste meu galho de incertezas
Tudo me passa ao lado
Um quadro de Picasso sorri para mim
De costas voltadas

Não trocaria por nada a minha solidão
A solidão da alma
Por que todos os Mortais passam

Sonolentas tardes de Setembro
Contos encerrados no inconsciente
Será que vou acordar?

(...)

terça-feira, junho 09, 2009

Sonho de Amor (Tela de Ana Garrett)




Sonho de Amor
0,70 x 0,50
Óleo em tela
Quadro de Ana Garrett
Excerto de conto de P. Roderick

Mais um quadro da exposição que está a decorrer no Centro de Arte Contemporânea, em Alfragide, conforme consta posts abaixo.

"(...)

Era um dia de amor e cor como muitos outros no Reino de Luz.
Enquanto brincava com suas irmãs montando Dentes-de-Leão, viu uma brecha de luz no ar envolvente.
Sentiu-se estranha. Como que num sonho!
Resolveu aproximar-se e espreitou.
Viu um mundo em todo igual ao que vivia. Só que com algumas diferenças.
O céu não era tão brilhante, os campos não eram tão verdes, havia ruínas e os seres não eram tão alegres. Todos os pequenos animais que a viram se esconderam.
Menos aquele ser grande, aquele animal esguio e belo.
Olhava para ela com uns olhos do tamanho do mundo.
E nesse momento soube o que era o Amor.
Nesse momento reconheceu o seu futuro.
E esqueceu-se de quem era.

(...)

quinta-feira, junho 04, 2009

Metamorfose de Joaninha



"Metamorfose de Joaninha"
Óleo em Tela de Ana Garrett
Medidas 0,50 x 0,70

Baseado em excerto de conto de P. Roderick (moi meme)

Aqui vai um último "cheirinho" da exposição da Ana!
Posts abaixo indicam onde é e os horários!
Não percam.
Até 30 de Junho!!!!!

Metamorfose de Joaninha
(…)

Sempre que adormecia, desde que se recordava, ia parar a mundos estranhos, tão belos quanto inóspitos!
Sabia que nesses sonhos a sua forma era de uma bela, pequena e frágil joaninha.
Talvez por seu nome ser Joana, no mundo dos sonhos era aquele frágil e belo insecto.
E quando acordava voltava a ser a jovem estudante Joana num mundo real e sem imaginação!
Mas desta vez transformou-se na Joana em pleno sonho.
E sentia tudo como se estivesse acordada.
Estava com frio e não sabia como se aquecer, e ainda por cima, tinha a certeza que alguém a observava das sombras.
O medo apoderou-se dela. Deu-lhe calor!
Um barulho de um galho a partir, ecoou no silêncio da floresta coberta de gelo.
Algo se aproximava!
E Joana não conseguia acordar desse sonho que parecia tão real…!

(…)

terça-feira, junho 02, 2009

Valsa dos Planetas



"Valsa dos Planetas"
Quadro a óleo em tela de Ana Garrett
Medidas - 0,50 x 0,70

Excerto de conto de P. Roderick (moi meme)

Ainda tem oportunidade de ver esta e outras obras da Ana no Centro de Arte Contemporânea, em Alfragide (conforme consta nuns posts mais abaixo).

Obras da Ana baseadas em excertos de contos meus.
Espero que apreciem.

(...)

... Deusa - mãe, menina da natureza, adorava criar!
No alto da sua imponência, misturava os elementos fazendo com que deles brotasse vida.
Menina eterna, a Senhora que tudo cria, formou galáxias e constelações.
Tudo porque se sentia só.
E necessitava de algo para brincar.
Colocou-lhe o nome de planeta Terra...

(...)

segunda-feira, junho 01, 2009

Inauguração

E a exposição da Ana inaugurou!
Cheia de amigos, convivas, conhecidos e novas caras.
Algumas presenças de amigos da blogosfera, que ficámos a conhecer pessoalmente.
Obrigado à Ritinha do Angel of light, Teté do Quiproquo e Jorge do Rafeiro perfumado.
A vossa presença iluminou uma exposição, já de si cheia de luz e cor!

Agora, se tiverem gosto em ver a exposição, ainda podem fazê-lo até dia 30 de Junho das 10h às 12h30 e das 14h às 18H.

Vale a pena!
E deixem mensagem no Livro de Honra.
Obrigado

P.S.: Deixo aqui uma palavra de Parabéns ao Jorge do Rafeiro Perfumado. Estivemos no lançamento do seu novo livro, em Lisboa, que foi um sucesso. Mais uma vez Parabéns. Merece!!!

terça-feira, maio 26, 2009

"Lágrimas de Sangue" - Quadro de Ana Garrett

Para aumentar o "apetite" sobre a exposição da Ana no próximo sábado, pelas 16 horas, aqui deixo o quadro do convite na integra com o respectivo excerto do meu conto!
Espero que gostem... e que apareçam na exposição (morada uns posts abaixo)




(...)
Adrianna pediu para aguardarem e ficou a ouvir.
Lá de dentro vinham gemidos intensos, de prazer!
Não conseguindo esperar mais, abriu as portas de par em par, já esperando o que iria ver. Num dossel negro, imponente, de ébano polido, encontrava-se dois corpos que se exploravam avidamente. Como animais em época do cio. Teve dificuldade em o reconhecer, mas era ele! O mortal que seu coração tanto ansiava, rodeado pelo corpo, pelos braços, pernas, seios, nádegas, de Diávolla! Ambos culminavam, após uma louca noite de prazer, num orgasmo brutal e intenso!!!!
E através da gélida luz, as pedras fizeram chorar os mortos, com a saudade que Adrianna tinha entranhada na alma!
E como se de um pincel embebido em sangue se tratasse, do seu corpo brotaram gotas de suor purpura e dos olhos deitou lágrimas em cristal de sangue...
(...)

sexta-feira, maio 22, 2009

Exposição da Ana Garrett - Uma pequena informação




Apenas mais uma pequena informação, referente ao post anterior, sobre a exposição.

Muitos dos quadros da Ana, foram baseados no conto" cem anos" que aqui publiquei, em que três das personagens foram baseadas nas "bloguistas" Laura (http://resteadesol.blogspot.com/), Diabinha cusca (http://cusquinha.blogspot.com/) e Adriana (http://devaneios-adrianna.blogspot.com/).
Pela mesma ordem elas eram as personagens, Laureanna, Diávolla e AdriAnna.

quarta-feira, maio 20, 2009

Exposição de Pintura de Ana Garrett - 30 de Maio, 16 horas, Centro de Arte Contemporânea da Amadora




Cá estou de novo.
Quem quiser ver a continuação do conto, está no post abaixo.
Agora venho publicitar uma exposição de pintura, individual, de minha mulher, Ana Garrett.

São pinturas suas, originais, baseadas em excertos de contos meus.
Ficávamos muito contentes com as vossas presenças.
Deixo suas palavras a convidar todos vós.

"...Venho por este meio convidar todos os meus amigos e visitantes para estarem presentes na minha próxima exposição de pintura.
A inauguração será no próximo dia 30 de Maio pelas 16 horas.
Será no Centro de Arte Contemporânea da Amadora, Rua Beatriz Costa, 18, Alfragide Norte.

Apareçam.
Ficarei muito feliz por vos reencontrar ou conhecer.

Obrigada
Ana Garrett
..."

quinta-feira, março 26, 2009

E agora, publicidade à exposição da minha mulher!

Hoje publico o que a Ana publicou no seu blog.
Quem gostar de pintura, ou simplesmente nos queira conhecer, esteja, às 18 horas de sábado na exposição.

ADENDA - Patente até 19 de Abril de 2009, de 2ª a sábado das 15 às 18 horas



"...Convido a todos os meus visitantes blogueiros a estarem presente na Inauguração da
1ª Exposição Colectiva de Arte Fantástica
no próximo dia
28 de Março, sábado, pelas 18 horas,
no Palácio dos Aciprestes, Fundação Marquês de Pombal, Linda a Velha,
onde vão estar três (3) obras minhas, Ana Garrett, sendo uma delas a que exponho aqui!




Colecção "Crónicas da Guerra dos Elfos e Fadas" - 2009
"Diávolla, a Fada do Desespero"
Óleo em tela
Original de Ana Garrett

"...No Reino da Luz Negra não havia celebrações profanas. Apenas se ouvia o barulho da neve a cair, pesada, sobre a paisagem. Apenas o som do vento a chorar. Apenas o barulho da morte a rondar.
Fada Mulher. Sidhe de nascimento. Ou Xaira! O termo que os humanos daqueles lugares chamavam às fadas que ninguém queria encontrar! Fosse de dia, fosse de noite! Filha de Dana, a Deusa Mãe. Como todas as fadas das montanhas ou dos mundos subterrâneos. Entre os dela, era conhecida, simplesmente, por Diávolla. .."

Excerto de conto de Roderick ..."