quarta-feira, setembro 30, 2009

Criador de Mundos


(...)

... saiu de casa apenas com um pincel e uma lata de tinta de cor via láctea.
Sua neta, menina deusa acompanhou-o.
Adorava ir com o avô pelas constelações, para o ajudar a fazer o seu trabalho.
Aquele velho sábio de barbas e cabelos brancos embevecia-se com a sua estrela mais brilhante.
Aquela menina dos seus olhos.
E enquanto ele, com o seu pincel de energia e vida, criava mundos e constelações, ela aprendia o sentido da vida...

(...)

Criador de Mundos
0,70 x 0,50
Óleo em tela de Ana Garrett
EExecertod e conto de Paulo Roderick

segunda-feira, setembro 28, 2009

42 já não se fazem!!!

Pois. Fiz anos sexta feira.

Obrigado a quem se lembrou.
Fiz 42 aninhos no passado dia 25.
Tirei o dia de sexta, andei a passear e só hoje aqui vim, daí só agora estar aqui a agradecer!

Beijos e abraços
Paulo

quarta-feira, setembro 23, 2009

Em defesa da Natureza

Exibia orgulhosamente a sua t-shirt azul. Nela se podia ver um tigre em toda a sua potência, pronto a atacar a presa e, ao longo de toda a camisa, pequenas gotas de tinta cor de sangue representavam a crueldade do homem perante a besta.
Foi um enorme sucesso, a venda das t-shirts. A juventude aderiu em massa, tornando-se uma moda que ultrapassou em larga escala as imagens de Jesus Cristo, super-homem ou Che Guevara.
Eles tinham sido os génios de tão arrojada ideia. Tudo porque sempre tinham tido o sentido do dever quanto à preservação da natureza.
Tudo começara na vontade de preservar o Tigre de Bengali. Sabiam que só havia uma colónia desses belos animais, em estado selvagem.
Um dia, como bons activistas, resolveram juntar algum dinheiro e partiram para a Índia.
Decidiram defender, no campo de batalha, como diziam entre eles, o tigre, dos seus mais mortais inimigos, o caçador de peles e o traficante de órgãos para criação de afrodisíacos para o mercado oriental.
Já na Índia, compraram armas, para protecção, não fossem esses vis criminosos, os caçadores furtivos, resolverem retaliar.
Sem guias para os ajudar e sem um plano pré-concebido, partiram à aventura pela selva, esperando encontrar, a qualquer momento, caçadores furtivos em busca da sua presa favorita, o pobre e inofensivo Tigre!
Andaram dias pela selva, sem encontrar ninguém, até que uma certa manhã depararam com o que de mais belo existia, o Tigre de Bengali!
A colónia completa. Mesmo à frente deles.
Belos, imponentes, irradiando uma grandiosidade que nenhum outro animal possuía.
E com isso tudo, mostravam que... tinham fome.
Estavam ávidos de carne.
Era um ano difícil e as presas escasseavam.
Ao verem aqueles homens o instinto de sobrevivência disparou.
Começaram por os rodear e prepararam-se para um festim de carne e sangue.
Aflitos, sem hipótese de fuga, não tiveram outro meio, senão o ataque, como defesa.
Apontaram as armas e descarregaram toda a raiva do fogo mortífero naqueles belos e imponentes animais.
A selva encheu-se de um ruído ensurdecedor, devido à descarga brutal de pólvora. Encheu-se com um cheiro a mato e erva queimada,
Encheu-se de um sabor adocicado de sangue e de carne queimada no ar.
No final, apenas restou uma clareira coberta de corpos vazios de sangue e de vida.
Em silêncio, o grupo de amigos, carregou os outrora grandiosos seres, numa pilha e pegando-lhes fogo.
Olharam para as suas camisas azuis com um símbolo em forma de tigre e viram que estavam todas sujas de sangue!

Partiram sem proferir uma palavra.
Até que um quebrou o silêncio.
“Pelo menos ninguém se vai aproveitar das peles nem dos órgãos, já que queimámos tudo”.
Sorriram e consideraram, entre eles, que tinham cumprido o dever.
Como mataram os últimos tigres já ninguém se podia aproveitar daqueles belos animais para a feitura de casacos de peles ou afrodisíacos.
Chegaram à Europa e foram recebidos como heróis! Um deles lançou a moda das t-shirts ensanguentadas com o símbolo do tigre, que se tornaram um ícone de uma geração.
Enriqueceram, graças a essa ideia.
E já tinham outras em mente.
Ouviram falar do Lobo Ibérico. Já só havia uma colónia à mercê dos terríveis caçadores furtivos...

Conto de Paulo Roderick

quarta-feira, setembro 16, 2009

O Mortal... imortal


(...)
Seráfico, observava o vazio interior que o assolava.
Apenas se recordava tenuemente de uma vida anterior.
Espasmos de estranhas recordações que não compreendia, afloravam a sua despida mente.
Não se recordava do seu nome. Não se recordava de nada.
A não ser de um azul, branco, mil cores, brilhante, transparente, de umas asas tecidas como que em seda!
E quando se lembrava dessa estranha recordação... sentia-se feliz.
Porquê? Não o sabia.
Talvez nunca o viesse a saber.
(...)

"O Mortal..imortal"
Quadro a óleo de Ana Garrett
0,60 x 0,50
Excerto de conto de Paulo Roderick

sábado, setembro 12, 2009

Joaninha e os guardiões do templo



(...)
Estava uma gélida noite, no sonho de Joaninha.
Os guardas do reino da Luz Negra mantinham-se nos seus postos.
Guerreiros de outros mundos recrutados pela Rainha Negra, para defender o castelo!
Eram temidos nos Sete Reinos.
Cada marca que tinham representava o poder que possuíam.
Conhecidos pela sua ferocidade e audácia possuíam poderes que enfeitiçavam os mais destemidos.
Manejavam arcos com enorme destreza, arcos esses que nenhum mortal conseguia manejar.
Dizia-se que as cordas eram feitas de fios de cabelo de fada entrelaçados com fibras de coração de dragão do gelo.
E Joaninha voava entre eles, transformada em insecto, qual folha vermelha do tamanho de uma gota de orvalho...
(...)


Óleo em tela de Ana Garrett
1,00 x 0,80
Excerto de conto de Paulo Roderick

domingo, setembro 06, 2009

Aljubarrota




Adivinhem quem são estes dois?
Pois!
A Ana há umas semanas atrás participou na Feira Medieval de Aljubarrota e... eu fui com ela! Foi bastante divertido e diferente do que estamos habituados.
Voltámos ao passado, literalmente!