sexta-feira, outubro 16, 2009

Os bebés são feitos de amor



Foto do meu filho Sebastião, oferecendo uma flor à mamã!

"Era uma casa antiga.
Como antigas são as recordações.
Se bem que esta casa não fazia parte das minhas recordações.
Uma casa antiga onde a madeira imperava.
Estávamos todos à mesa.
Quem... não sei.
Uma mesa corrida decorada com tudo o que seja necessário a uma refeição.
Tinha toalhas de renda. Recordo-me.
Mas... só sei que estávamos à mesa.
Como num velho livro de Agatha Christie, havia candelabros acesos, o ambiente era de penumbra e todos olhavam para mim. Directamente. Pelo menos assim o parecia.
Não sei quantos eram.
Ao meu lado, uma jovem de cabelos longos que lhe tapavam as faces, olhava directamente para mim.
Apercebia-me de seus olhos escuros cravados em mim, entre uns cabelos escorridos, digamos mesmo, sujos.
Inclinou-se e, com toda a calma, perguntou-me:
- E os bebés? São feitos de quê?
Lembro-me de estar calmo, sereno, mesmo num ambiente que nunca foi o meu, e respondi-lhe.
- Os bébés? - sorri - São feitos de amor.

Papá, papá. Mamã, mamã.

Acordei com o meu filhote de 22 meses a chamar-me. A minha Ana também acordou.
E o pequenote já no meio de nós, na nossa cama, sorria com a chucha na boca, olhando directamente para mim.
Beijei-o. Chamei-lhe todos os lindos nomes que ele merece e recordei-me deste estranho sonho.
É verdade. Os bebés são feitos de amor."

(Reposição de um mini-conto meu, que já tinha aqui publicado em tempos idos)
Paulo Roderick

18 comentários:

Teté disse...

São feitos de amor e com amor! A maioria, quer dizer...

Beijocas e bom fim de semana!

Osvaldo disse...

Roderick;

Neste belo post de amor, só te venho pedir a ti desculpas pela minha exaltação no post anterior, mas embora alguém de paz e feliz de fazer amizades, quando alguém "morde" o meu povo e minha raça,... saiam da frente.

Todas as minhas desculpas mas não retiro uma virgula que seja, pelo contrário, ainda teria muitas vírgulas para juntar.

Um abraço,
Osvaldo

Conversa Inútil de Roderick disse...

Teté. Bem... há alguns que foram engano, mas há sempre algum amor, nem que seja no momento do... bem... sabes o que quero dizer... hmmm... ahahhaahh

Conversa Inútil de Roderick disse...

Osvaldo, desculpas? A mim, porquê? É natural que uma pessoa se sinta exaltada!
Quem não se sente...
Abraços

Maria disse...

Que história linda e que filho lindo.
Lembrou-me o tempo em que os meus filhos eram pequeninos e me davam flores apanhdas no campo. Sentia-me tão feliz! Agora ainda me dão flores. O mais novo, no dia da Espiga, nunca se esquece de me trazer o ramo. Os meus dois netos também me dão uma flor do campo. É bom receber flores dos nossos bebés feitos de amor.
Beijinho

Anónimo disse...

amigo roderick, era bom que todos os bebés fossem recheados de mimos, como o teu filho, decerto, foi.


marradinhas amistosas da bicharada do pequeno jardim.

bettips disse...

Ternurento, esse pensar e esse menino!
Abç

Conversa Inútil de Roderick disse...

Maria, sabe sempre muito bem. Tem quase cinco anos e gosta de levar flores às coleguinhas da escolinha! Elas ficam todas derretidas e os meninos... também querem!

Conversa Inútil de Roderick disse...

Idun, foi... e é! E se Deus quiser há-de ser durante muito tempo!

Conversa Inútil de Roderick disse...

Bettips, obrigado.

Vício disse...

os poetas devem ter muitos filhos!
eles nunca têm sexo... só fazem amor!

Laura disse...

Ah, na verdade são poucos os que são feitos num acto de amor, primeiro conta o desejo, a paixão se existir, claro, mas, abençoados os filhos que nascem por amor...
Lindo o sebastião...beijinhos da laura

Conversa Inútil de Roderick disse...

Víco, que pena não ser poeta! ahahahaha

Conversa Inútil de Roderick disse...

Laura, e abencoados os que nascem sem amor, também, não é?
Beijocas

LopesCaBlog disse...

Bonito :))

Maria disse...

Sempre pensei que ter um filho é transformar amor em gente. Sorte a sua.

Meu beijo

Conversa Inútil de Roderick disse...

Lopesca, obrigado

Conversa Inútil de Roderick disse...

Maria, é isso mesmo. E não é sorte. É felicidade!